O QUE FAZ COM QUE AS PESSOAS ELEJAM ALGO?

Muito hoje fala-se em “Drivers de Consumo”, então perguntei para algumas pessoas o significado deste conceito tão difundido no mercado. Naturalmente, como quase todo conceito criado pelo marketing, pouquíssimas pessoas souberam me explicar do que se tratava. Neste sentido, resolvi escrever este texto para refletir sobre o tema e compartilho meus pensamentos.Para análise deste conceito, precisamos primeiramente compreender a nomenclatura adotada. A palavra “Driver”, segundo o dicionário Michaelis, possui entre seus significados, um muito sugestivo: manipulador de dispositivo. Já “Consumidor”, em economia, é toda pessoa física ou jurídica que adquire algum produto/serviço para seu consumo. “Driver de Consumo”, em inglês é chamado de Consumer-Driven, que na tradução pura significa consumidor impulsionado. Considerando esta abrangência do conceito, poderíamos interpretar que, tudo, que de alguma forma, pode direcionar/influenciar ou que possa ser caracterizado como padrão de consumo, pode ser considerado driver de consumo.Apartir da socialização deste conceito, podemos fazer uma importante análise: Hoje, graças as possibilidades - tecnologia e acesso a informação, é possível identificar indicadores que antecipem os padrões de consumo das pessoas, possibilitando prever oque faz com que elas tomem decisões, baseado em dados e não somente em percepções como antigamente. Atualmente existem algumas técnicas de pesquisa, quantitativas e qualitativas, para captação de expectativas, preferências e antipatias dos clientes com relação aos produtos e marcas que consomem. Com estes indicadores em mãos, grandes corporações estão antecipando os passos dos consumidores, e ofertando soluções de acordo com sua necessidade, gerando o interesse de forma imediata.Através da estatística aplicada neste método é possível uma fotografia do momento, oque está sendo consumido, isto exige precisão e velocidade na obtenção e publicação das informações, pois o que está sendo consumindo hoje, pode mudar muito rápido em nossa atual economia. Este tipo de pesquisa, não identifica e analisa tendências, ele retrata o momento do consumo, não baseado no “comportamento” do consumidor, e sim nas características do consumo. Não existe falha no método, é uma abordagem real e perfeita, que não trabalha com previsões, e sim com o dado, que naturalmente é fato. Apartir desta informação, é possível identificar por exemplo, que brasileiros, de determinada região do país, consomem mais uma marca de determinado produto, do que suas concorrentes. Com o “monitoramento” destes consumidores, ainda é possível identificar alguns possíveis motivos daquela característica de consumo, permitindo a expansão/replicação de campanhas de sucesso em locais que não estejam tendo o mesmo desempenho e que possuam consumidores com as mesmas características. Obviamente, que está lógica não é tão lógica assim, ela é baseada em dados, e não em comportamento, oque certamente é a grande variável deste processo, a mente e os pensamentos do consumidor.

Drivers de consumo direcionam/influenciam/retratam padrões de consumo, mas não ditam as regras de consumo, e muito menos tem a “capacidade” de medir até quando determinada estratégia terá eficiência em determinado mercado. Isto porque o fato de entender os motivos, baseado em dados, do que caracteriza determinado consumidor, não analisa seus motivos emocionais envolvidos naquele consumo.

Acredite no método, utilize-se dos drivers de consumo, mão não aposte suas fichas nestes indicadores para tomada de decisões futuras de oferta. Um resultado mal interpretado ou um padrão de consumo isolado sem a interpretação do emocional  do comprador, podem gerar um grande equívoco nos próximos passos de uma organização.